Policia Federal investiga fraudes em licitações do SUS e lavagem de R$ 1,7 bilhão

PF, CGU e Receita Federal atuam juntas para combater esquema de desvio de recursos públicos em prefeituras do Pará

Por Da Redação com PF 30/04/2024 - 14:17 hs
Foto: Divulgação/PF


A Polícia Federal está conduzindo a operação Plenitude, em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU) e a Receita Federal, para investigar fraudes em licitações com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e lavagem de R$ 1,7 bilhão. O esquema envolve o repasse ilegal de valores para servidores públicos de diversas prefeituras do estado do Pará.

 

 

Entre as irregularidades identificadas estão a lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada e laranjas, além de possíveis práticas de evasão de divisas por meio de empresas localizadas em paraísos fiscais. A 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal do Pará autorizou o sequestro de bens dos investigados no valor máximo de R$ 1,7 bilhão.

 

Os crimes são atribuídos a pessoas físicas que utilizaram empresas atuantes no setor de construção civil e saneamento, tanto no Pará como em outras partes do país. As investigações revelaram indícios de movimentações financeiras suspeitas realizadas por uma grande empresa estabelecida no estado, que atua principalmente na construção e manutenção de estradas, vias urbanas e coleta de lixo, no período de 2017 a 2022.

 

 

Essas movimentações envolviam o recebimento de verbas públicas e repasses a diversas pessoas físicas e jurídicas, inclusive servidores públicos, com indícios de envolvimento em crimes de lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e contra a administração pública federal.

 

A Receita Federal constatou que parte das operações comerciais eram realizadas por empresas de fachada, contadores e escritórios de contabilidade, além de sócios das empresas e servidores públicos. Essas empresas emitiam notas fiscais com valores elevados, referentes a supostos serviços prestados, mesmo sem possuírem capacidade ou estrutura econômica para isso. Eles não contavam com instalações físicas, equipamentos, funcionários ou veículos. Essa prática pode ter sido utilizada para ocultar a lavagem de dinheiro e sonegação de impostos. Além disso, foram identificados indícios de ocultação de patrimônio.

 

 

Mais de 150 policiais federais participam da operação, que já cumpriu 49 mandados de busca e apreensão em 33 endereços, com 42 alvos. Os mandados estão sendo cumpridos em Belém (33), Benevides (5), Parauapebas (3), Ananindeua (1), Santa Maria do Pará (5) e São Miguel do Guamá (1). Há também um mandado no estado de São Paulo, no município de Barueri.

 

Após a análise de todo o material recolhido durante as buscas, os investigadores darão continuidade ao caso, com o objetivo de esclarecer os fatos criminosos relevantes e responsabilizar individualmente cada suspeito envolvido.